quarta-feira, 12 de maio de 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


ANÁLISE DO FENÔMENO “HAITI” SOB A LUZ DE ALGUNS CONCEITOS FENOMENOLÓGICOS.

Uma porta-voz da Organização das Nações Unidas (?) revelou que o terremoto do Haiti foi o pior desastre da história da ONU. O país já vilipendiado com sua eterna guerra civil ainda conta com uma “insurreição planetária”. O caos se espalhou de ponta a ponta no país. Porto Príncipe, a capital do país, agoniza com a destruição de tudo. Infraestrutura? Se antes já era debilitada após o terremoto já não existe mais...

Casas e corpos degradados. O terremoto que devastou o Haiti parece ter devastado o mundo e fomentou a solidariedade nas pessoas. Na perspectiva fenomenológica, o existir é originalmente ser-com o outro, embora saibamos que o compartilhar humano se perdera numa seara egótica. Agora tomemos o fato de que milhares de corpos das vítimas do terremoto no Haiti, ainda estão expostos nas ruas e não foram enterrados, pois os parentes das vítimas não permitem até que se faça uma série de ritualísticas necessárias ao ente falecido. Esse é o costume da religião voodoo, que tem cerca de 5 % da população haitiana de seguidores.

Entretanto, alguns líderes religiosos do vodu têm protestado quanto ao método utilizado para enterrar as vítimas do desastre, visto que muitas pessoas tiveram seus entes queridos enterrados em valas comuns como se fossem indigentes, ferindo os preceitos religiosos de uma parcela da população. Questionamo-nos o porquê de somente na desgraça o homem se solidariza! Por quê? O “mundo” humano trabalhado sob a luz da teoria fenomenológica assevera que este mundo diz respeito ao encontro e convivência da pessoa com seus semelhantes. Na ótica atual, e, sobretudo, no particular haitiano, é clarividente que a mobilização mundial surge de relações entre semelhantes. Mas a questão é? Há reciprocidade nessa relação?


A Fenomenologia traz à baila o conceito acerca de uma “maneira sintonizada de existir”. Nesse contexto, faz-se mister indagar o seguinte? A humanidade caminha sintonizada com esse pressuposto fenomenológico? Se a Fenomenologia diz que a maneira sintonizada de existir é a mais profunda harmonia da vivência humana, o homem pós-moderno trata de ir à contramão disso. Um homem é uma absurda incongruência! Ou uma sugestibilidade incongruente...


No contexto haitiano, a harmonia na relação Eu-Tu é vilipendiada historicamente. E hoje, até mesmo em meio ao caos, essa relação é mutilada! Não percebemos uma maneira preocupada de existir. O cuidar de algo é feito de maneira unilateral e egocêntrica. Aliás, soberania, infelizmente, nunca foi o forte do Haiti, mesmo dentro de seu território continental – visto a guerra civil --, tanto em questões diplomáticas.


Pode-se, citar o cônsul do Haiti, que feriu a dignidade e a maneira de existir de sua própria população ao declarar que o haitiano carregara em si uma maldição africana oriunda da magia negra. Tal postura, é imensamente preconceituosa e anti-fenomenológica! Uma atitude minimamente fenomenológica, não partiria de um ideal preconceituoso e tão ilógico quanto este, já que mesmo que haja um intuir ou um direcionamento da consciência (intencionalidade), este deve ser feito a partir dos próprios fatos e não de uma relação causal.
Heidegger (1971) ilustra bem o que seria essa “maneira preocupada de existir”: “Por ser essencialmente inerente ao existente “ser-no-mundo”, é seu “ser relativamente ao mundo”, em essência, “cuidar de”... cuidar de que não fracasse um empreendimento... cuidar que é semelhante a um temor”.


Nesse sentido, o cuidar em solo haitiano é percebido por meio de uma relação “Eles-Nós-Eles”. É curioso que o mundo circundante caracteriza-se pelo determinismo e por isso a adaptação é o modo mais apropriado do homem relacionar-se com o mundo. No massacrado solo haitiano, várias “epochés” poderiam ser feitas, no entanto, é mais razoável por hora analisar os conceitos fenomenológicos presente no caótico chão do Haiti.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

















“Homo demens”

“Penso, logo existo”. A máxima cartesiana é deveras debilitada! Como podemos salvaguardar a racionalidade desse pensamento enquanto Judeus e Palestinos se explodem –literalmente- na faixa de Gaza? Se o homem é capaz de ceifar milhares de vidas em Nagazaki e Hiroshima? Na verdade, o racionalismo apregoado por Descartes é extremamente maniqueísta! O mesmo cenário que contempla entusiasmadamente a descoberta de curas na Medicina é o mesmo que observa atonitamente a tentativa de (re) criação do universo.

Nesse sentido, o homem é extremamente dicotômico. E na selva de pedras capitalista ele é cada vez mais demente. O grande capital estabelece a sua seleção artificial! Os mais aptos sobreviverão aos mandos do Sistema do Dragão. Desse modo, o homem regressa incessantemente ao estado hobessiano, em que ele é o lobo dele mesmo. A sapiência humana que tivera grande ressonância ao longo da história sofre uma inversão vetorial: aquele homo (outrora) sapiens, oxigenado por um demoníaco sistema passa a ser demens como sinaliza Leonardo Boff.

No Coliseu pós-moderno, as obsoletas espadas são substituídas pelos mísseis “inteligentes” de Israel. Nesse contexto, o homem contemporâneo (movido pela máquina infernal) trava quotidianamente sangrentas batalhas: seja pela ganância personificada no expansionismo israelense; ou simplesmente pelo fato de alguém ser nordestino. Enquanto isso ocorre... A população mundial agoniza, padece na esperança por dias menos doloridos...

Palavras como altruísmo, alteridade se perderam no ostracismo do egoísmo humano. Símbolos como Sócrates, Aristóteles estão cada vez mais raro de se encontrar em uma sociedade egocêntrica, que não se preocupa com outrem, a única preocupação que permeia suas vidas é manutenção perene de seus umbigos. O coletivismo marxista não tem vez na logística do grande capital. Desse modo, os senhores do poder ressuscitam Hamurabi e seu sepultado Talião.

Da atitude diabólica de Israel... Crianças são mutiladas! Prédios são destruídos! Uma nação inteira morre junto... E com ela a esperança se esvai de forma galopante! A quem recorrer? Tudo é em nome de Deus! Mas qual Deus? O mesmo que habita a bíblia judaica? Não, definitivamente! O deus que coordena esses ataques incongruentes é o deus-mercado, expansionista... Demoníaco!

Na terra que (em tese) jorraria leite e mel, lança rios de sangues. Atônitos e inertes presenciamos a tudo com um sofrimento inenarrável. A sociedade hodierna oxigenada por um individualismo exacerbado aniquila-se paulatinamente. A incongruência humana permeia a história há muito tempo. Exemplo por excelência tem na carnificina parida por Hitler e seu ideal de raça superior. Naquela oportunidade o algoz de Israel foi Adolfo Hitler... E na “Roda Viva” decantada por Chico Buarque os papeis se inverteram: o povo (outrora) massacrado passa a destruir uma nação!

Israel capitaneado por um sentimento egótico lança todo o seu ódio sobre a sofrida Palestina. O cenário é caótico! Escombros e corpos degradados compõem o cenário árabe... Embora, um pretexto utilizado de que os ataques são retaliações ao grupo terrorista da Palestina – Hamas-, nesse contexto, uma pergunta se faz pertinente? Quem é mais terrorista? O grupo fundamentalista que atinge exclusivamente militar? Ou o escroto governo de Israel que ceifa diariamente vidas de dezenas de inocentes civis?

Em Romaria, assim como fizera Jesus no poema de Drummond, ansiamos por dias de mais sensibilidade. Esperamos que haja de forma efetiva o consenso mínimo entre as nações. Nessa busca incansável por uma paz planetária esperamos que essa dicotomia que rege o homem pós-moderno o bem se sobreponha ao mal. Quiçá, essa seja a única forma de estabelecermos o equilíbrio e, sobretudo, evitar tanta mortandade.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A CONSTRUÇÃO DE UMA CANAÃ GLOBAL

Às raias de celebrarmos mais um novo ano, vários questionamentos se fazem presente! O que iremos festejar? A fome? A pobreza? As desigualdades sociais? Ou o esfacelamento de Judeus e Palestinos?

Infelizmente o cenário é caótico. Um triste labirinto mitológico é estabelecido na pós-modernidade. Não visualizo saída, em todo lugar vejo um feroz minotauro devastando nossas esperanças. Longe de querer ser um profeta do caos, sou mais um entre milhares de pessoas que anseiam por um mundo mais sensível. Diferentemente do mundo sensível aristotélico torço para que a sensibilidade não se reduza ao plano das idéias, o mundo precisa da benevolência humana.

A “práxis das cousas” que nunca habitou de forma efetiva o solo planetário precisam se apresentar urgentemente. Chega de discursos evasivos! A Gaia precisa de ações! Teoria e prática devem caminhar pari passo... As idéias para solucionarem as problemáticas são várias, entretanto, a consubstanciação delas está muito distante de nossos olhares fúnebres... Por exemplo, a fome que ceifa milhares de vidas na “África negra”. Existem vários projetos para resolverem à celeuma, no entanto, a imagem que temos é de corpos degradados, mortes indiscriminadas, crianças e seus corpos caquéticos.

Enquanto essas pessoas enfrentam uma nova seleção darwinista, os líderes políticos que seriam os responsáveis pela reversão do quadro, estão preocupados apenas com a manutenção de seus próprios umbigos. Nessa selva que não é de pedra, o soberano (o povo), sofre, padece, agoniza... No entanto, a culpa não é exclusiva desses traidores de pátrias! O trabalho para a metamorfose global perpassa por todas as esferas sociais.

Parece um “eco utópico”, mas não é esse triste cenário só pode ser revertido através de uma “protocooperação generalizada”!A minha volúpia é para que o homem deixe de ser lama, (res) gate, a sua dignidade, não podemos digerir o expediente do (des) caso, da humilhação. Metaforicamente falando, a sociedade não pode ser um cão sem plumas.

É preciso retroalimentar a esperança, difundir sonhos – verdadeiros sonhos -, a chaga da pobreza, da fome, da intolerância só serão eliminadas do contexto planetário no momento em que houver sensibilidade entre as pessoas, no instante em que os ensinamentos de Jesus forem respeitados, ao passo que exista um consenso mínimo entre os humanos.

Desse modo, aí sim, poderemos celebrar... Festejar a eliminação da fome que tanto mata pelo mundo, festejar a igualdade entre riquezas, que diminuirá, por conseguinte, as desigualdades sociais. O asco entre Judeus e Palestinos minimizará, então o consenso mínimo idealizado por Leonardo Boff se consubstanciará. Então enfim comemoraremos... E presenciaremos a construção definitiva da Canaã global.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008








Jardim órfão

Segundo Rubem Alves, política é a arte da jardinagem. Em se tratando do particular maranhense podemos sustentar a idéia de um grande jardim? E no mesmo passo, podemos salvaguardar a tese de termos bons jardineiros?

Em um terreno tão movediço e camaleônico como é configurado o feudo maranhense é necessário que tenhamos muita lucidez para responder tais questionamentos. Indubitavelmente, o Maranhão é um grande jardim! No entanto, esse título se da, estreitamente, no plano in natura da coisa.

O Maranhão na sua gênese era uma bela terra. Até quando emergiram gigantes “Adamosteres” com idéias demoníacas e expansionistas. Na efebulação não-mítica, o cabo das tormentas se instalou longe dos mares camonianos. Com uma conotação colonizadora o jardim maranhense vem sendo vilipendiado desde a chegada da Nau diabólica de Cabral.

E nesse compasso caótico, agora, na contemporaneidade, contando com a negligência de nossos políticos-jardineiros o espaço maranhense vem celeremente perdendo ainda mais sua conotação de beleza. A palavra jardim denota “espaço-fechado”. Porque fechado? Para ser protegido, afirma Rubem Alves. Nesse contexto, o Maranhão vem sendo protegido? Claramente, não!
Um péssimo saneamento básico, esgotos a céu aberto, quantidade exacerbada de lixo nas ruas. Eis algumas das pragas que maculam nosso jardim-estado.

Desse modo, o perfil de péssimos jardineiros em nosso Estado é reiterado. De Cabral a Sarney, os jardineiros infiéis do povo maranhense, cuidam apenas de seus micro-jardins (suas casas), e esquecem do macro-jardim (o Estado)...

A Canaã maranhense do maranhense Graça Aranha - com a permissão do trocadilho – estará cada vez mais distante de nossas retinas... Enquanto os nossos gestores forem esses péssimos jardineiros o Éden maranhense estará fadado a viver sem os cuidados necessários, por conseguinte, órfão, à mercê da própria sorte...

terça-feira, 11 de novembro de 2008


A teia do medo

A culpa sempre é atribuída aos homens do camburão. Mas será que o coma brasileiro tem uma única raiz? Certamente, não! Reduzir o caráter caquético do Estado nacional ao pormenor – policia militar – é minimizar a culpa dos principais responsáveis, os políticos corruptos.

Na logística “verde e amarela”, existem heróis e vilões. “Numa cidade muito longe daqui”, música cantada por Marcelo D2 e Leandro Sapucahy traduz com alguma sorte o cenário brasileiro: “homens da lei viram bandidos, homens bons viram homens maus.” Nesse contexto, policiais com seus péssimos salários se deixam corromper pelas nuances ilegais do Estado paralelo.

No entanto, não podemos digerir esse clandestino expediente. A lisura de um homem não pode se flexibilizar por conta de expedientes ilegais. Santo Agostinho observou que os criminosos, enquanto criminosos isolados estão sob domínio da ordem. Mas como isolar àqueles que teoricamente seriam os responsáveis pela manutenção da ordem? Mais um paradoxo do Estado brasileiro.

O “império do medo”, não é uma ação exclusiva de desertores que do alto do morro comandam laços diabólicos com, policiais corruptos. Segundo Rubem Alves, esse império é uma ação das organizações ricas, racionais, poderosas com armas modernas. Essa teia do medo conta com empresários, magistrados, e com eles, obviamente, os parteiros do medo: políticos corruptos.

No país do futebol, das orgias administrativas, do Estado de improbidade, do carnaval perene... Se já não fosse o bastante, ainda contamos com essa organização criminosa. Os responsáveis pela salvaguarda da ordem, vão à contramão dos seus papeis... E desse modo, disseminam a desordem! “Ordem e Progresso”? Belo lema positivista apregoado na bandeira nacional! Entretanto, a práxis da teoria nunca habitou o solo brasileiro...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Famigerado Sistema...

Mundo em dias caóticos! Impactos explodem com ferocidade... Percebemos a bomba-relógio do aquecimento global! A Gaia está vilipendiada!Desse modo, notamos uma insurreição planetária por meio de tufões, furacões, derretimento indiscriminado das calotas polares, entre outros exemplares... Tudo isso parido pela demência humana, que tem como válvula oxigenadora, o vil metal... Na logística diabólica do grande capital, o homem desmata, o homem degrada, o homem polui... O homem deixa de ser sapiens e passar a ser demens como sinalizava Leonardo Boff.Tributários do putrefato conceito maquiaveliano, continuarão usando de todos os meios para que alcance o fim, qual seria esse fim? O alargamento de seus tentáculos-multinacionais...
E, como domar a voracidade e a sacanagem do capitalismo selvagem? Tarefa difícil, quase surreal. Como podemos nos esquivar de um sistema que dita os nossos passos? Vivemos em um mundo interligado, segundo o pseudo-discurso ventilado pelos senhores do Sistema... O conceito “globalizatório” fala em encurtamento das diferenças sociais, mas na prática, percebemos o hiperbólico paradoxo que está mergulhado esse conceito...
Na verdade globalização é a falsa noção do que seria integridade entre as nações, é o infeliz do grande capital, por meios de seus serviçais, grandes empresários, transmitem o discurso evasivo de integração...
Enquanto isso, a Gaia vem sofrendo... Fruto do materialismo inconseqüente... Antes sofria de forma silenciosa, hoje não mais... Tempo de barbárie então virá... Tempo de êxodo e dispersão... O cenário atual parece apocalíptico, parece que ninguém poderá suplantar a ira da natureza...